SALA DE FERRAMENTAS - ELOÍ BOCHECO
sábado, 2 de novembro de 2024
sexta-feira, 3 de maio de 2024
quarta-feira, 10 de janeiro de 2024
No Castelo Mágico
segunda-feira, 24 de julho de 2023
segunda-feira, 22 de maio de 2023
quinta-feira, 30 de março de 2023
quarta-feira, 29 de março de 2023
Rimas e Números
A
tradição oral é pródiga em rimas e
números, apresentados em quadrinhas,
parlendas, trava-línguas, cantigas, provérbios
e brincadeiras diversas. Dentre outras experiências lúdicas, vividas
pelas crianças camponesas, contar e rimar era uma prática constante, usada pelos mais velhos, para transmitir às crianças, as primeiras
noções sobre numeração. Aprendíamos
sobre quantidade e duração em quadras graciosas, inspiradas nos ritmos e ciclos
da própria existência.
O
livro Rimas e Números recria parte dessa
experiência brincante, usando a linguagem e o procedimento poético, assimilados afetivamente, nessa vivência com a poesia oral de outrora.
Ilustrações
da artista Márcia Cardeal.
Editora
Cuca Fresca:
https://www.editoracucafresca.com.br/
quarta-feira, 15 de março de 2023
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023
Leituras compartilhadas
terça-feira, 7 de fevereiro de 2023
Flores, afetos, memória
domingo, 29 de janeiro de 2023
Coisas que inspiram
Crônica contemplada na antologia de crônicas do Prêmio OFF FLIP 2022
COISAS QUE INSPIRAM
Num
dia de caminhada pelo quarteirão, vi dois meninos juntando embalagens e outros
materiais que os descuidados jogam nas beiras das ruas. Os garotos, munidos de
garfos compridos, catavam os resíduos uma a um. Graças ao comprimento do garfo,
conseguiam catar coisas jogadas a grande distância das beiras. Faziam a catação
com o maior requinte. Depositavam em sacos cada espécie de resíduo, conforme
fossem lata, plástico, papel ou vidro.
Interrompi a caminhada para contemplá-los. Os
meninos brilhavam sob o sol de setembro.
Aproximei-me e perguntei se a catação era uma tarefa da escola. Disseram
que não. Estavam fazendo o trabalho por gosto mesmo, por vontade de ver o
quarteirão limpo: “porque a rua limpa é mais legal e mais bonita”. Também indaguei se faziam isso sempre. Responderam que aquela era a quarta limpeza
que faziam. Dei-lhe muitos e alegres parabéns pela atitude. Agradeci em nome de
todos os moradores das imediações, inclusive dos mal-educados que atiram carqueramas
nas ruas da cidade.
Depois disto continuei a caminhada em direção
ao morro de Mariscal. Quando voltei os meninos tinham sumido da paisagem. O
quarteirão estava limpo e brilhando. Os meninos, com seus maravilhosos garfos
ecológicos, deram uma lição de beleza e cidadania. Atitudes sensíveis como esta
renovam a esperança em dias melhores na face da terra, dias em que a vida seja
valorizada, a vida, a vida reinventada como diz a profecia poética de Cecília
Meireles.
Em vários pontos deste mundo, meninos e
meninas admiráveis, como estes garotos de minha cidade, praticam atos anônimos
de amor e cuidados pelo outro, seja o
outro bicho, gente, planta, água, florestas... Tenho notícias de pequenos
cidadãos criando bibliotecas nos lugares mais inóspitos, fazendo trabalhos em
hospitais e casas de idosos, alfabetizando pessoas, plantando árvores em
terrenos devastados, promovendo campanhas pela paz, lendo para pessoas com
deficiência visual, ajudando colegas com dificuldades na escola, anônimas ações que brilham em meio ao caos e
à barbárie de nossos dias tão marcados por crueldades contra o outro.
Torço para que estes pequenos cidadãos se multipliquem, se tornem uma legião muito
mais forte e poderosa do que a dos
adeptos do bullyng e de toda espécie de
crueldade contra os viventes. Que a luz
destes pequenos paladinos resplandeça e contamine o mundo com a palma da
delicadeza e a alegria do bem-querer.
sexta-feira, 8 de julho de 2022
quinta-feira, 2 de junho de 2022
Encontro com a Rua Âmbar
Estava eu passeando pela
Livrarias Curitiba nesse começo de outono, olhando de tudo um
pouco, quando numa sessão de
obras em promoção, em meio a tanta variedade, encontro
a “Rua Âmbar”. Na verdade, o que
me chamou a atenção, inicialmente, não foi o nome do
livro, mas sim a autora, Eloí
Bocheco. Essa maravilhosa escritora e poetisa nos foi
apresentada pelo vovô Vanderlei,
nos primeiros anos de vida do Nicolas. Ele nos contou
que Eloí fora sua professora
quando ele ainda era um menino, lá no interior de Santa
Catarina. Desde o primeiro livro
que ganhamos do vovô Vanderlei e da vovó Tere, chamado
“Rimas e Números”, o pequenino
Nicolas com apenas 2 anos, já amava decorar e recitar
seus versos rimados, mesmo quando
ainda nem conseguia pronunciar em palavras tudo o
que estava sentindo. Depois, no
ano seguinte, recebemos duas obras incríveis,
carinhosamente dedicadas ao
Nicolas, pela estimada Eloí. Eram elas: “Contra feitiço, feitiço
e meio” e “Tá pronto, seu lobo? e
outros poemas”. A primeira conta a história da bruxinha
Elisa. Generosa e confiante, ela
conta com a ajuda da natureza e dos animais para vencer
as maldades de certa bruxa
rabugenta, na missão de ajudar uma amiga. Uma história que
provocou diferentes sentimentos
no Nicolas e que o ajudou a superar medos e a ter
confiança em si e nos outros.
Essa história foi lida e relida tantas vezes! Foi muito pedida,
inúmeras noites, dos seus 3 aos 5
anos. E a cada releitura eu observava como a história
vinha o preenchendo e se
acomodava nele, cada vez mais e melhor. Foi curativa. A
segunda obra, um livro de poemas,
até hoje desperta interesse! Tem tanta riqueza… Foi um
redescobrir das rimas, aos 6
anos, com os assuntos de sua curiosidade, conectados com os
momentos vivenciados por ele
nessa fase da infância. O poema “Tá Pronto, Seu Lobo?” foi
o mais pedido inicialmente com o
incentivo da vovó Tere, que o ensinava essa brincadeira
ao passear com o neto nos parques
em Florianópolis. O “Pede Peneira” foi rapidamente
decorado e cantado com muita
animação; sempre lembrado, tem sido orgulhosamente
ensinado para outros amigos e
amigas. “Sapo cururu” e “Alecrim” rapidamente
reconhecidos das canções, por
vezes tentamos recitá-los cantando! “Flauta Florida” foi
sempre um mistério! Será que um
dia entenderemos essa brincadeira de palavras tão
semelhantes e difíceis?! “Dente
de Leite”e "Brincadeiras com a letra M” tem estado na lista
de interesses do momento, aos 7
anos. E assim como a poesia sorri através das palavras,
sei que esse livro sorrirá para o
Nicolas através de lindas memórias, por muito tempo ainda.
Falei tudo isso para contar o que
de fato me trouxe aqui, a Rua Âmbar. Foi andando por ela
que cheguei nesse momento, de
olhar para trás e ver como tudo é especialmente
apresentado para nós. Como pode
um livro falar tanto com o leitor? E agora falo por mim,
porque “Rua Âmbar” foi escrita
para mim. E para o Nicolas também. E certamente para
quem quer que se permita fazer
essa leitura. Uma história viva, cheia de emoções, de
imaginação, aventura, suspense,
alegria, tristeza, saudade, amizade… para mim tem tudo!
Eu me emocionei muito com a
história do Miro, um menino que representa a criança que já
fomos um dia. E essa história só
é assim, pura poesia, porque foi expressa pela Eloí, essa
escritora maravilhosa, essa
poetisa, encantadora de palavras. Gratidão Eloí por trazer ao
mundo seu talento! Obrigada por
fazer parte da nossa história! E obrigada por proporcionar
momentos tão especiais de
leituras compartilhadas!
Com carinho, Mônica.
(mãe do Nicolas e sua admiradora)
Curitiba - Paraná